Foto: Lucas Amorelli (Diário)
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Ela faz parte do dia a dia de toda a população, é fundamental para a existência humana e para a vida, mas, infelizmente, só é valorizada quando deixa de escorrer pelas torneiras. Pela sua importância, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data de 22 de março como o Dia Mundial da Água. Em Santa Maria, algumas ações devem marcar o dia, que busca chamar a atenção para a gestão dos recursos hídricos.
Uma das atividades foi desenvolvida na manhã desta quinta-feira por alunos da Escola Adventista, na Praça Saldanha Marinho. Foram distribuídos 400 copos de água para a população com cartões salientando a importância que a água tem para a vida, o meio ambiente e o cotidiano das pessoas.
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Para a professora do curso de Geografia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Eliane Maria Foleto, a água é um bem público e, por isso, precisa receber a atenção de todos, governantes, empreendedores e população. A docente, juntamente com outros professores e profissionais, integra a Fundação Mo'ã, criada em 1996 com o objetivo de desenvolver projetos e atuar na proteção e no desenvolvimento ambiental de Santa Maria e da região.
- Infelizmente, só lembramos da água quando ela falta. Pouca coisa avançou em termos de conservação de mananciais, de ações efetivas para proteção desse bem tão precioso. Percebemos algumas iniciativas isoladas, mas faltam políticas públicas realmente voltadas para a ocupação consciente do espaço e do solo. E falta o envolvimento da comunidade - comenta Eliane.
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O Brasil possui 12% da água doce mundial, mas o maior percentual está distribuído na região norte do país. O norte do Brasil possui quase 70% dos recursos hídricos, mas apenas 7% da população, enquanto o sul tem apenas 13% dos recursos e aproximadamente 60% da população. Ainda assim, esse recurso é abundante na região central do Estado, fazendo com que a maioria das pessoas não adote hábitos que contribuam com a preservação dos recursos hídricos e do meio ambiente.
- As pessoas têm informação, mas falta atitude. É claro que reduzir o tempo com a torneira aberta ajuda, mas é preciso mais. Não lavar carros e calçadas com água tratada e não depositar resíduos em locais impróprios também são ações importantes, pois todo o lixo largado nas ruas e terrenos vai parar nos rios em algum momento - alerta a geógrafa.
CONSCIENTIZAÇÃO
Para tentar mudar essa realidade, a Fundação Mo'ã desenvolve projetos junto a instituições de ensino e comunidades, além de promover eventos sobre o meio ambiente e de integrar dois conselhos municipais: de Meio Ambiente e de Saúde. As ações abrangem os comitês de gerenciamento das Bacias Hidrográficas dos Rios Vacacaí -Vacacaí Mirim e do Rio Ibicuí.
Um dos principais projetos em andamento é o Saúde da Água, desenvolvido em Itaara. A ação envolve estudantes da rede municipal no estudo e na conservação de nascentes, destinação de resíduos sólidos e monitoramento da qualidade da água.